segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Os Tártaros Elíseos de Eros

Ele se sentou na cama enxugando as lágrimas. Sua angústia despontava em seu peito, cada vez mais aguda. Sua respiração estava fraca e suas pernas trêmulas, não sabia se conseguiria ... -AAARR! Doía demais pensar nisso! Resolveu divagar...

Lembrou-se daquele jogo de RPG que tinha jogado : In Nomine.
Daquela história de anjos e demônios terem “corações”, coisas que simbolizam sua essência e que se forem destruídas podem significar ascensão ou decadência e até mesmo destruição. Lembrou-se de que muitas vezes esse coração ficava nas mãos de um superior militar, ou num local escondido. Pensou na beleza daquilo. Os anjos e os demônios não sendo necessariamente bons ou maus. Só são capazes de fazer escolhas boas ou ruins. Que grande metáfora da humanidade: Seres que não sabem se são bons ou ruins se julgando e atacando em meio a estereótipos que não conseguem entender e escondendo seus “corações” para evitar que lhes causem danos de verdade.
Pensou em como era estúpido que aquela fosse a única coisa que lhe vinha à mente no momento... se culpou por ser um maldito nerd que nunca teve jeito com garotas e chorou mais.

25 minutos e três copos de vodca com suco de laranja (de caixinha) depois, teve um estalo!

Entendeu porque se lembrara do maldito jogo numa hora como essa.

Percebeu que seu coração já havia sido arrancado e despedaçado e que o destino não estava em suas mãos. Quebrou o copo e se mutilou um pouco com os cacos, não o suficiente para gritar e chamar atenção.
Raciocinou de novo e finalmente entendeu: Ao entregar seu coração fez a melhor coisa que poderia ter feito e, portanto, muy provavelmente sofreria mais do que poderia suportar.

Essa certeza o tranqüilizou e fez com que adormecesse enquanto cantarolava...
We're just
Crawling Angels and Demons disguised...